Lenda da morte das sete meninas de Arapiraca

O afogamento de sete estudantes de Arapiraca durante uma excursão ao Pontal de Coruripe chocou a população e mudou a vida de várias famílias da sociedade do município.

O episódio conhecido como “a morte das sete meninas” se tornou folclórico na cidade e para muitas das pessoas que já ouviram falar da história, não passa de uma lenda usada para prevenir os interioranos sobre os perigos do mar.

Os detalhes do que aconteceu naquele dia, 8 de outubro de 1961, entretanto, vão além do relato jornalístico ocorrido na época. Segundo o professor Ronaldo Leão, a comoção provocada pela morte das meninas foi geral. Arapiraca em peso compareceu ao velório e ao enterro dos “anjinhos”, que posteriormente foram homenageados com um poema escrito por uma aluna de uma série adiantada do Colégio São Francisco.

Conforme o professor, naquele domingo o grupo saiu do Colégio São Francisco por volta de 6h30 e só chegou ao Pontal do Coruripe por volta das 9 horas, em um caminhão dirigido por Nivaldo Pereira, que estava acompanhado de sua esposa, Rejane. “Não havia estradas naquela época, apenas caminhos por meio dos canaviais. O acesso era tão difícil que eles se perderam três vezes no caminho. Quando chegaram ao Pontal, ficaram próximo do farol, que era praticamente a única construção que havia no local, além das palhoças onde os pescadores guardavam as canoas”, relatou.

Segundo ela, as alunas que foram ao passeio faziam parte da “Cruzada”, um movimento católico voltado para meninas após a primeira comunhão. “Antes de viajar, todas fomos levadas para a Igreja do Santíssimo, assistimos à missa e comungamos. Estávamos muito alegres, para a maioria era o primeiro contato com o mar”, relatou.

O Colégio São Francisco era o melhor de Arapiraca. Naquela época era um colégio só para meninas, e a maioria que estudava lá era filha de pais ricos. Como eram religiosas, os pais sabiam que podiam deixar as meninas viajarem porque seriam bem cuidadas. O que aconteceu, na verdade, foi uma fatalidade.

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