Lenda da Mulher da Capa Preta

O Cemitério Nossa Senhora da Piedade, no bairro do Prado, em Maceió, um dos mais antigos do estado, guarda o símbolo de uma lenda urbana existente há dezenas de anos. A réplica, em mármore, de uma capa jogada em uma cruz localizada acima de um túmulo atrai curiosos desde que foi criada.

Conta a lenda que no início do século XX um homem conheceu em um baile uma bela moça por quem se interessou. A partir daí, os dois ficaram juntos durante toda a festa.

“A moça era linda. Quando deu meia-noite ela quis ir embora e falou para o rapaz. Estava chovendo e ele falou que a levaria em casa. O jovem então pegou a capa que trazia e a cobriu. Eles saíram e ela pediu que ele parasse na porta do cemitério, onde ela ficou. Mas antes disse o endereço. O homem foi até a casa da moça, lá, a família informou que não existia ninguém com o nome informado morando no local, mas que era como se chamava a filha que já havia falecido. Ele se recusou a acreditar no que ouviu e começou a achar que estava sendo vítima de uma peça. Depois de muita conversa, eles foram ao cemitério para que a família mostrasse o túmulo da jovem. Ao chegar no local, ele viu o túmulo e a capa que lhe pertencia em cima da cruz.

Sempre perto do dia de finados muitas pessoas visitam o túmulo dela e perguntam sobre a história. Tem pessoas que nem têm parentes enterrados, mas vão para ver a capa.

A história diz que a mulher morreu com 52 anos, mas apareceu no baile como uma jovem. Ela vivia sozinha e tinha medo de nunca se casar, pois tinha tuberculose, e levou essa insatisfação para o túmulo.

No túmulo de cor preta que se encontra hoje no cemitério há a inscrição ‘Carolina de Sampaio Marques, nascida em 21 de março de 1869 e falecida em 22 de novembro de 1921’, em letras romanas.

Por: Antônio Fidelis

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